Release - por Patricia Palumbo
Rita Benneditto é mutante, tropicalista, maranhense, brasileira e muito pop. OO terceiro cd da cantora sai agora pela MZA Music com produção deMarco Mazzola (distribuição Abril Music), co-produção de Rita Benneditto e Pedro Mangabeira."Comigo" é o nome do álbum e da composição de ZecaBaleiro que abre este novo trabalho. A direção musical é de PedroMangabeira, excelente violonista e arranjador trabalhando há 5 anos com a cantora. "Comigo" soa diferente dos primeiros trabalhos, é mais pop que os demais. Violões e guitarras é que dão o tom, o acento sonoro.
Rita continua lançando compositores desconhecidos e talentosos,"garimpando a diversidade" como ela mesma diz.Em 1997, no cd "Rita Benneditto" (VELAS) lançava os parceiros Zeca Baleiro e Chico César, além de "seu" Antonio Vieira, compositor popular do Maranhão.Em 1999 com o cd "Pérolas aos Povos" (MZA) ela acrescenta à sua lista de descobertas três compositoras de São Paulo, Isla Jay, Natalia Mallo e Vânia Borges. Em "Comigo" Rita Benneditto continua se cercando muito bem.
Ela apresenta o paraibano João Linhares, o mineiro Vander Lee,os maranhenses Santacruz , César Teixeira, Mano Borges e Alê Muniz, e ainda passeia pelo swing de Jorge Ben, pelo samba brejeiro e clássico de Geraldo Pereira e resgata uma composição do repertório de Angela Maria - Moça Bonita - de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, sucesso na voz da "sapoti" em 1976.É o primeiro trabalho que Rita concebe antes da formação de uma banda.Sua intenção era comungar e experimentar outras impressões musicais.
Com o violão samba-rock de Pedro Mangabeira, Rita fez os desenhos do disco. Com requinte e sofisticação, a dupla optou por uma instrumentação mais simples com destaque para a voz clara e limpa Rita Benneditto:"Comigo também tem o sentido de ampliar as minhas possibilidades sonoras", diz. Resultado que ela consegue convidando grandes músicos para essa comunhão. Cada faixa traz surpresas e descobertas: um acordeon de Sivuca, um pífano de Carlos Malta, a gaita e o violão dobro de Tuco Marcondes, os tambores de mina da casa Fanti - Ashanti de São Luís, um arranjo sofisticado para cordas de Mario Manga, os teclados de Paulo Calazans, uma sanfoninha de Zeca Baleiro, a mão de maestro de Eduardo Souto Neto traduzindo o acento Secos e Molhados numa canção, as guitarras Wah Wah de Pedro Mangabeira que ora passeiam pelo Caribe ora pelo folk contemporâneo de Ben Harper e pelo reggae de Finley Quaye, o trombone de Vitor Santos, a percussão de Robertinho Silva. Rita Benneditto canta lindamente. Isso todo mundo já sabe.
Já no primeiro cd o crítico e historiador musical Zuza Homem de Melo rasgou elogios a sua voz. No novo trabalho Rita Benneditto mostra uma cara mais pop mesmo quando interpreta temas regionais e canta solta em vários "sotaques" (como se define característica rítmica dos diferentes grupos de bumba-meu-boi no no Maranhão). Por mais que seja difícil para nós mortais acompanharmos Rita Benneditto nos refrões que ela não repete, "Comigo" é um convite pra ser aceito depressa.
"À altura do terceiro disco, Rita Benneditto é artista de qualidade edificada e consolidada. Não vende penca de discos e ainda atiça preconceitos, mas essas coisas não são problema dela. Dela são a solidez de "Comigo", a equalização da sonoridade sóbria e elegante que este disco atinge (agregando valores tão distintos quanto Sivuca e Lincoln Olivetti sem choques de continuidade), a voz firme, potente e segura"
Pedro Alexandre Sanches - Folha de São Paulo
"Enfim uma intérprete que canta pelo simples prazer de cantar. Em tempos de forçação de barra, Rita Benneditto chega a surpreender pela simplicidade adotada em "Comigo", o terceiro disco solo de sua carreira. Rita Benneditto chega ao novo trabalho plena de maturidade, provando ser dona de sua carreira. Cercada de um produtor experiente (Mazzola) e de um time de jovens compositores, Rita optou por gravar autores desconhecidos da grande mídia, dispensando a dose exagerada de releituras adotadas por nossas grandes interpretes".
Aiton Magioni - O Estado de Minas
"Intérprete criativa e inquieta, Rita Benneditto consegue unir linguagens musicais de várias partes, dentro de um repertório praticamente inédito e ritmicamente fecundo. Com um olhar moderno, a artista junta o regional com o universal, sempre transformando as canções do folclore e as batidas dançantes (como o samba, o forró e o coco) em uma alegria pop contagiante. Em baladas românticas, a moça enaltece o talento dos compositores da nova música popular brasileira".
Cláudia Lessa - Correio da Bahia