SAUDAÇÃO - ABERTURA
(domínio público - adaptação Rita Benneditto - Jongui)
Balorê êxu é Mojubá
Ogunhé Patacuri
Ogum é Orixá!
Kao Cabicile Xangô
Kao meu pai!
Okê Arô
Oxossi é Caçador!
Ewá Sossanha
Ewá sá
Arroboboia Oxumaré
Roboboia!
Atoto Ajuberô
Atoto Obaluaie!
É tempo, é tempo
sará tempo
Eparrei
Ora ieie o mamãe Oxum
Ora ieie o
Ô docyaba Yemanja
Ôdoia mamãe
Saluma Nanã Saluba!
Erê mim
Ibeji
Jurema
Adorei as almas
As almas adorei
Shiuépa babá Oxalá
Shiuépa!
O sino da igrejinha
faz belém blemblaum
deu meia-noite o galo ja cantou
seu tranca rua que dono da gira
oi corre gira que ogum mandou
exú apavenã exú apavenã
em minha aldeia ingá é
exú apavenã
é uma casa de pombo
é de pombo girá
auê auê auê
ganhei uma barraca velha
foi a cigana quem me deu
o que é meu é da cigana
o que é dela não é meu
ciganinha puerê, puerê, puerá
girê mavilê mavangô
oh Zé! quando vier da lagoa
toma cuidado com o balanço da canoa
oh Zé! faça tudo que quizer
só não maltrate o coração dessa mulher
lá na porteira eu deixeimeu sentinela
eu deixei o meia-noite
tomando conta da cancela
DOMINGO 23
(Jorge Benjor)
Domingo 23, Domingo 23
É dia de Jorge
É dia dele passear
Dele passear
No seu cavalo branco
Pelo mundo prá ver
Como é que tá
De armadura e capa
Espada forjada em ouro
Gesto nobre
Olhar sereno
De cavaleiro, guerreiro justiceiro
Imbatível ao extremo
Assim é Jorge
E salve Jorge viva viva viva Jorge
Pois com sua sabedoria e coragem
Mostrou que com uma rosa
E o cantar de um passarinho
Nunca nesse mundo se está sozinho
E salve Jorge
E salve Jorge
Domingo 23, Domingo 23
É dia de Jorge
É dia dele passear
No seu cavalo branco
Pelo mundo prá ver
Como é que tá
De armadura e capa
Espada forjada em ouro
Gesto nobre
Olhar sereno
De cavaleiro, guerreiro justiceiro
Imbatível ao extremo
Assim é Jorge
E salve Jorge viva viva viva Jorge
Pois com sua sabedoria e coragem
Mostrou que com uma rosa
E o cantar de um passarinho
Nunca nesse mundo se está sozinho
CAVALEIRO DE ARUANDA
(Tony Osanah)
Ô lua branca leruê
Ô lua branca leruá (x2)
Quem é o cavaleiro
Que vem de Aruanda
É Oxóssi em seu cavalo
Com seu chapéu de banda
É Oxóssi em seu cavalo
Com seu chapéu de banda
Ele é filho do Verde
Ele é filho da mata
Saravá Nossa Senhora
A sua flecha mata
Vem de Aruanda, ê
Vem de Aruanda, á (x3)
Hey!
Quem é esse cacique
Glorioso e guerreiro?
Montado em seu cavalo
Desce no meu terreiro
Ele é filho do Verde
Ele é filho da mata
Saravá Nossa Senhora
A sua flecha mata
Vem de Aruanda, ê
Vem de Aruanda, á(x3)
Ô lua branca leruê
Ô lua branca leruá (x3)
Quem é o cavaleiro
Que vem de Aruanda
É Oxóssi em seu cavalo
Com seu chapéu de banda
É Oxóssi em seu cavalo
Com seu chapéu de banda
Ele é filho do Verde
Ele é filho da mata
Saravá Nossa Senhora
A sua flecha mata
Vem de Aruanda, ê
Vem de Aruanda, á(x3)
Hey!
Galo canto, tá chegando a hora.
Oxalá tá me chamando, caçador já vai embora(x5)
BABÁ ALAPALÁ
(Gilberto Gil)
Aganjú
Xangô
Alapalá, Alapalá
Alapalá
Xangô
Aganju
O filho perguntou pro pai
Onde é que está o meu avô
O meu avô onde é que está?
O pai perguntou pro avô
Onde é que está meu bisavô
Meu bisavô onde é que está?
Avô perguntou pro bisavô
Onde é que está tataravô
Tataravô onde é que está?
Tataravô
Bisavô
Avô
Pai Xangô, aganjú
Vira
Egum
Babá
Alapalá
Aganjú
Xangô
Alapalá, Alapalá
Alapalá
Xangô
Aganju
Alapalá
Egum espírito elevado ao céu
Machado alado
Asas do anjo aganjú
Alapalá
Egum
Espírito elevado ao céu
Machado astral
Ancestral do metal
Do ferro natural
Do corpo embalsamado
Preservado em bálsamo
Sagrado
Corpo eterno e nobre
De um rei nagô
Xangô
ORAÇÃO AO TEMPO
(Caetano Veloso)
És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo, vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo és um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo e eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo apenas contigo e migo
Tempo, tempo, tempo, tempo
E quando eu tiver saído para fora do círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo
DEUSA DOS ORIXÁS
(Toninho - Romildo)
O vento bateu na saia de Yansã
o vento bateu pra Yansã rodar
Yansã, cadê Ogum? foi pro mar
mas Yansã, cadê Ogum? foi pro mar
Yansã penteia os seus cabelos macios
quando a luz da lua cheia
clareia nas águas dos rios
Ogum sonhava com a filha de nanã
e pensava que as estrelas
eram os olhos de Yansã
mas Yansã, cadê Ogum? foi pro mar
na terra dos orixás, o amor se dividia
entre um deus que era de paz
e outro deus que combatia
como a luta só termina
quando existe um vencedor
Yansã virou rainha da coroa de Xangô
oiá, oiá, oiá me
oiá matamba me cacurucaju zinguê
IANSÃ
(Caetano Veloso - Gilberto Gil)
Senhora das nuvens de chumbo
Senhora do mundo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Eu sou o céu para as tuas tempestades
Um céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou um céu para as tuas tempestades
Deusa pagã dos relâmpagos
Das chuvas de todo ano
Dentro de mim, dentro de mim
RAINHA DO MAR
(Dorival Caymmi)
Minha sereia é rainha do mar
Minha sereia é rainha do mar
O canto dela faz admirar
O canto dela faz admirar
Minha sereia é a moça bonita
Minha sereia é a moça bonita
Nas ondas do mar aonde ela habita
Nas ondas do mar aonde ela habita
Ai, tem dó de ver o meu penar
Ai, tem dó de ver o meu penar
É D'OXUM
(Gerônimo - Vevê Calazans)
Nessa Cidade Todo Mundo É d'Oxum
Homem, Menino, Menina, Mulher
Toda Essa Gente Irradia Magia
Presente Na Água Doce
Presente n'água Salgada
E Toda Cidade Brilha
Seja Tenente Ou Filho De Pescador
Ou Importante Desembargador
Se Der Presente É Tudo Uma Coisa Só
A Força Que Mora n'água
Não Faz Distinção De Cor
E Toda A Cidade É d'Oxum
É d'Oxum, É d'Oxum, É d'Oxum,
Eu Vou Navegar, Eu Vou Navegar
Nas Ondas Do Mar, Eu Vou Navegar
É d'Oxum, É d'Oxum
COISA DA ANTIGA
(Wilson Moreira - Nei Lopes)
Na tina, vovó lavou, vovó lavou
A roupa que mamãe vestiu quando foi batizada
E mamãe quando era menina teve que passar, teve que passar
Muita fumaça e calor no ferro de engomar
Hoje mamãe me falou de vovó só de vovó
Disse que no tempo dela era bem melhor
Mesmo agachada na tina e soprando no ferro de carvão
Tinha-se mais amizade e mais consideração
Disse que naquele tempo a palavra de um mero cidadão
Valia mais que hoje em dia uma nota de milhão
Disse afinal que o que é de verdade
Ninguém mais hoje liga
Isso é coisa da antiga, ai na tina...
Hoje o olhar de mamãe marejou só marejou
Quando se lembrou do velho, o meu bisavô
Disse que ele foi escravo mas não se entregou à escravidão
Sempre vivia fugindo e arrumando confusão
Disse pra mim que essa história do meu bisavô, negro fujão
Devia servir de exemplo a "esses nego pai João"
Disse afinal que o que é de verdade
Ninguém mais hoje liga
Isso é coisa da antiga
Oi na tina...
COCADA
(Antônio Vieira)
Ai meu Deus se eu pudesse
Eu abria um buraco
Metia os pés dentro criava raiz
Virava coqueiro trepava em mim mesmo
Colhia meus côcos meus frutos feliz
Ralava eles todos com cravo e açúcar
E punha no tacho pra fazer cocada
Depois convidava morenas e loiras
Mulatas e negras pra dá uma provada
Depois satisfeito de tanta dentada
Na boca de todas eu me derretia
Aí novamente eu abria um buraco
Metia os pés dentro com toda alegria
Virava coqueiro trepava em mim mesmo
Colhia meus côcos fazia tachada
Com cravo e açúcar ficava roxinho
Ficava doidinho pra ser mais cocada
Côco, côco, cocada, Côco, côco, cocada,
Côco, côco, cocada, Côco, côco, cocada,
Ai meu Deus se eu pudesse...
Depois satisfeito de tanta dentada...
Côco, côco, cocada, cocada pra sinhô, cocada pra sinhá
JUREMA
(domínio público - adaptação Rita Benneditto)
Jurema deu um estrondo
que toda a terra estremeceu
por onde anda os companheiros da Jurema
que até hoje não apareceu
Jurema
ô Juremê Juremá
é uma cabocla de pena
filha de Tupinambá
rainha das águas e areias
nunca atirou pra errar
é uma cabocla de pena
filha de Tupinambá
TAMBOR DE CRIOULA
(Junior - Oberdan Oliveira)
Quem ainda não viu
tambor de crioula do Maranhão?
afinado a fogo tocado a murro
dançado a coice e chão?
crioula crioula
aê tambor da ilha rufou
aê ê a cachaça já baixou
aê ê tinidô, repipocou
aê ê a pungada derribou
ô vira vira os óio pro rabo da saia dela
cambono tá inspirado e ogã cantando pr´ela
requebra com peneirado, olerê
rosa amarela
ô vira a boca cheia de dentes pr’outro lugar
palmito meu tu não come
besta é tu pode rinchar
coreiro de mão inchada olerê já vai parar
ô dá licença minha gente eu vou m´embora
eu vou m´embora já está chegando a hora
eu vou m´embora mas um dia eu volto aqui
se deus quiser Jesus e Nossa Senhora
se deus quiser Jesus me dê cachaça
se deus quiser Jesus e dona da casa
se deus quiser Jesus e cabocla Jurema
se deus quiser Jesus e dona da casa
CANTO PARA OXALÁ
(domínio público - adaptação Rita Benneditto)
Oni saurê
Aul axé
Oni saurê
Oberioman
Onisa aurê
aul axé baba
onisa aurê
oberioman
Onisa aurê
Baba saurê
aul axé
Baba saurê
oberioman
Baba saurê
aul axé baba
oberioman
saul axé
Man man man
Man man man
Man man man
Man man man